Câncer da Tireoide já é o quinto mais frequente entre as mulheres



Mais de 5 mil mulheres serão diagnosticadas em 2016

 O INCA – Instituto Nacional de Câncer estima que nesse ano serão registrados mais de 500 mil novos casos de câncer em nosso país. Cerca de 6 mil serão câncer da tireoide. “Esse 1% representa pouco diante da incidência de outros tipos de câncer, mas já é o suficiente para prestarmos atenção a um problema que, muitas vezes, passa despercebido pela maioria das pessoas, principalmente das mulheres”, diz o cirurgião de cabeça e pescoço Dr. Erivelto Volpi, membro da Comissão Organizadora da V Jornada Paulista de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, que acontecerá em São Paulo nos dias 2 e 3 de dezembro, durante o qual o tema será debatido.
Ainda segundo o INCA, 84% dos casos de câncer da tireoide serão em mulheres, um número cinco vezes maior do que o estimado em homens; 5.870 casos nas mulheres e 1.090 em homens.
O especialista em cirurgia de cabeça e pescoço diz que esse tipo de câncer já é o quinto mais frequente no sexo feminino, sendo o maior risco de incidência na fase reprodutiva. “É importante ressaltar que, embora seja mais frequente nas mulheres, a doença afeta também os homens, sendo o 17º mais prevalente entre o sexo masculino”, diz Dr. Volpi.
Riscos - Dentre os fatores de risco para esse tipo de câncer estão o histórico familiar e a exposição à radiação. Na última década, a incidência do câncer da tireoide em todo o mundo cresceu 10% em todas as faixas etárias. Segundo Dr. Volpi, o fato se deve ao maior acesso ao diagnóstico. Porém o especialista diz que há estudos recentes sobre disruptores endócrinos - substâncias químicas que interferem no sistema hormonal, alterando a forma natural de comunicação do sistema endócrino -, e que podem ser uma das causas do aumento da incidência do câncer da tireoide.
Tratamento - A boa notícia é que se diagnosticado precocemente, aumenta as possibilidades cura. No entanto, cerca de 60% dos pacientes com câncer da tireoide recebe o diagnóstico já em estágio avançado, porque, muitas vezes, os sintomas acabam passando despercebidos ou confundidos com outros problemas de saúde. “A investigação precoce de um nódulo maligno pode ser decisiva na vida do paciente, porque quando tratado no início, o câncer da tireoide tem ótimas chances de cura e evita que as células cancerígenas se espalhem para outras partes do organismo”, explica Dr. Volpi.
A cirurgia para a remoção dos nódulos anormais (tireoidectomia) é a principal forma de tratamento. Após a cirurgia, o paciente passa a tomar hormônios para substituir os que não podem mais ser produzidos pela tireoide e, dependendo da avaliação médica, o tratamento é estendido com terapias contendo iodo radioativo.
Nova classificação – Há quatro tipos classificados de câncer da tireoide: o Papilífero, o Folicular, o Medular e o Anaplásico. Recentemente, estudo realizado no Hospital Alemão Oswaldo Cruz sobre o carcinoma papilífero folicular encapsulado não invasivo, considerado até então maligno, recomendou que seja classificado como benigno. “Com o desenvolvimento do conhecimento e com a mudança dos conceitos, pode ser que daqui a algum tempo, talvez, nem seja necessário operar esse grupo de paciente”, acrescenta Dr. Volpi.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Brasil deve enfrentar 2º verão com Dengue, Chikungunya e Zika

Esquecidas na proteção solar, pálpebras viram preocupação mundial pela incidência de câncer de pele

Tristeza não é frescura, e depressão é uma doença séria!