Mitos e verdades sobre a proteção da pele


Dermatologista do Instituto de Oncologia faz um alerta dos perigos da exposição excessiva ao sol em todas as épocas do ano, faça chuva ou faça sol

O Movimento Dezembro a Dezembro Laranja, idealizado pelo Hospital Santa Paula, faz um alerta sobre os perigos da exposição ao sol sem proteção no ano inteiro, porque o sol não escolhe estação. A ação foi inspirada no Dezembro Laranja, campanha nacional criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para aumentar a conscientização sobre o câncer de pele, caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele.

“Da mesma forma que o sol pode deixar boas marquinhas de verão, pode deixar marcas para a vida toda”, enfatiza a dermatologista do Hospital Santa Paula Monica de Mello.

O câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil e sua prevalência cresce anualmente. Ele responde por 25% de todos os diagnósticos de câncer no país e está dividido em dois tipos: melanoma e não melanoma.

“O brasileiro, independente da estação do ano, não tem o costume de se proteger adequadamente do sol. Isso faz com que o câncer de pele seja o tipo mais comum e de maior incidência no Brasil. O excesso de exposição ao sol é a principal causa da doença, uma vez que a radiação ultravioleta é a maior responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos. Se detectado precocemente, o câncer de pele pode ser curado com facilidade”, explica a dermatologista.

Mitos e verdades sobre proteção solar
A dermatologista do Hospital Santa Paula, Monica de Mello, listou abaixo os principais mitos e verdades sobre o tema. Veja a seguir.

1 - O rosto é uma das áreas do corpo que mais sofre com a exposição ao sol
Verdade. O rosto é uma área muito exposta ao sol, por isso o cuidado deve ser redobrado. Especialmente em dias nublados e chuvosos, muitas pessoas abandonam o protetor solar e deixam o rosto exposto sem protetor solar. Isso contribui para o envelhecimento precoce da pele e pode ainda resultar em manchas de sol. O produto deve ser espalhado de maneira uniforme de 15 a 30 minutos antes da exposição e reaplicado a cada duas horas (e depois de cada mergulho ou suor excessivo) para obter a proteção adequada. Em dias quentes, é importante fazer uso de chapéus, bonés e óculos escuros.

2 - O protetor solar do corpo também pode ser usado no rosto
Verdade, mas é importante avaliar o seu tipo de pele, pois a maioria dos protetores de corpo tem uma textura mais oleosa. Há opções diferenciadas para o protetor de rosos como loção, gel, mousse e oil free, indicado para peles oleosas. O recomendado é utilizar um produto com FPS a partir de 30 nesta área.

3 - As maquiagens com filtro substituem o protetor solar
Mito. As maquiagens com filtro não substituem o uso diário do protetor por possuírem baixo índice de proteção solar baixo, normalmente em torno de FPS 25, e cobertura muito fina. O ideal é utilizar protetor solar com base tonalizante.

4 - FPS 30, 50, 100, é tudo a mesma coisa
Mito. O FPS 30 retém 96% da radiação UVB, enquanto o FPS 50 retém 98% e o FPS 100, 99%. Quanto mais sensível e clara for a pele, maior a necessidade de FPS. O FPS é o índice que determina o tempo que uma pessoa pode se expor ao sol sem ficar vermelha. Ou seja, se a pessoa começa a ficar com a pele vermelha em 10 minutos sem filtro, com o FPS 30 ela vai demorar 30 vezes mais a começar a ficar vermelha. A diferença está no tempo que você pode ficar exposto, ou seja, com o FPS 100 você pode ficar mais tempo sob o sol do que poderia ficar com o FPS30.

5 - Quanto mais protetor passar, melhor.
Mito. Existem as medidas certas para o produto fazer efeito e mais que isso é desperdício. O retoque tem que acontecer a cada 2 horas impreterivelmente. As doses recomendadas são 1 colher de chá para rosto e pescoço e 1 colher de sopa para cada outro membro do corpo.

6 - O uso de filtro solar atrapalha a absorção da vitamina D
Verdade. O filtro solar reduz a capacidade do organismo em sintetizar a Vitamina D, substância que possui um papel vital no organismo, pois atua na formação e manutenção da saúde óssea. Um filtro solar com FPS 30 chega a diminuir em 95% a síntese cutânea da vitamina D. Para manter os níveis adequados da vitamina no organismo, é necessário se expor ao sol pelo menos 10 a 15 minutos, entre 10h às 15h, sem proteção solar, ou através de suplementação.

7 - O prazo de validade não importa
Mito. Quando acaba a validade do produto, a proteção pode falhar ou ficar totalmente ineficaz. Além disso, pode gerar desde o aparecimento de irritações na pele e até uma reação alérgica.

8 - O suor tira o protetor solar da pele
Verdade. Quem sua muito ou faz atividade física ao ar livre precisa usar bloqueador solar contendo dióxido de titânio e óxido de zinco, que formam uma barreira física extra além da barreira química que já é fornecida pelo filtro normal. Sem isso, o suor leva com ele toda a proteção.

9 - A pele negra é mais resistente ao sol
Verdade, porque possui maior quantidade de melanina. Neste caso, o FPS 15 já é suficiente.

10 - Não é permitido utilizar filtro solar e repelente ao mesmo tempo
Mito. Não há perigo em usar os dois produtos simultaneamente. Para um melhor resultado, aplique o protetor solar primeiro e 15 minutos depois passe o repelente.

11 - Protetor solar é dispensável no inverno
Mito. A radiação no inverno no Brasil é tão intensa quanto a registrada ao longo do verão na Europa.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Brasil deve enfrentar 2º verão com Dengue, Chikungunya e Zika

Esquecidas na proteção solar, pálpebras viram preocupação mundial pela incidência de câncer de pele

9 doenças que se manifestam pela boca e que merecem sua atenção